sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sobre a música "Morro do Pântano do Sul" - Festa da Cumieira

Moro num morro.
Lá mora um mouro.
Morro um pouco.








Deslizar-se-ia numa pia fosse a via.



Moro em fossa.
Navio ancoradouro.
Um pouco de morro.

Plantar-se-ia pântanos ao sul da face cinza.





Faço moradas no pântano do sul, do sul do anil, o pântano verde, verde anil, fossa fosse vista (...) vista-se e saia do pântano, dispa-se e nele entre, diáspora racional limítrofe do mental, a menta forte, tormenta. Um deslize às oitavas das primeiras segundas terceiras quintas sextas e nonas. Pântano hermetizado na viagem do ancoradouro geist gesticula um hino de fácil locução das notas dos instrumentos que buscam a sinapse interior cujo movimento conhece caminhos inéditos inauditos inacabados apenas começados. Saxofoniza-se neologismos, bateriza-se batiza à guiza de novos ritmos cordiais. A voz. A voz a palavra inexistente a diz de melhor jeito forma conteúdo. Sabe-se lá de mim quando subo ou desço ou simplesmente desloco-me no morro do pântano do sul, se lugar for. Espaço ou tempo. Um movimento entäusserung me acerta, entäusserung de cá também. Estranhamento não há. Bebo desse pântano como bebesse dum leite materno conhecido num plano apriorístico à la kant. Tente dele. Seus picos estouram retinas timpanos caixas toráxicas coração e espinha dorsal. (É aqui nessa minha flauta-vértebra atingida onde toco minha poesia control c control v - isso a quem convir. Pois na função da poesia pessoa - se é que há - justifico essa sandice.) Ao mover o corpo matéria no pântano do morro do pântano sul afunda-se, some-se, afoga-se, vislumbra-se a arte além. Clarinetes, senhoras e senhores, clarinetes!